Como diminuir a dor dos idosos fraturados com mais rapidez sem acréscimo no custo?

Estudo comparativo entre o uso de cloridrato de tramadol subcutâneo versus endovenoso no controle da dor de idosos com fratura de fêmur proximal

Em dezembro de 2017 o  médico residente Daniel Maricondi Massari submeteu seu projeto a uma chamada do NEA. Ele foi selecionado para ser analisado dentro da disciplina Bioestatística do Bacharelado em Estatística ICMC/USP através do PBL (Aprendizado Baseado em Problema – Problem Based Learning, em inglês) em parceria com alunos da disciplina Desenvolvimentos de Projetos Industriais I do programa de pós-graduação em Ciências de Computação e Matemática Computacional.

Um paciente que chega em uma unidade de saúde com fratura no fêmur recebe, no atendimento inicial, algum medicamento analgésico. Segundo o médico residente Daniel Maricondi Massari, “o tratamento da dor do paciente idoso requer cuidados específicos devido a particularidades de seus organismos” e também considerando o contexto da restrição orçamentária dos órgãos públicos de saúde, sendo  o cloridrato de tramadol o medicamento mais indicado nesta situação.

Tal analgésico pode ser ministrado ao paciente de duas formas: endovenosa, a primeira forma a ser tentada, e subcutânea, a segunda opção. O Dr. Massari explica que é mais rápido e fácil ministrar a dose de forma subcutânea, mesmo porque nem sempre é possível conseguir acesso endovenoso em pacientes idosos sob efeito de trauma.

O objetivo da pesquisa, então, é comparar os efeitos do tratamento subcutâneo do tratamento endovenoso em pacientes idosos. Para isso, os pacientes com idade a partir de 65 anos, com fratura no fêmur, atendidos em certa unidade de saúde, dentro de um período de tempo, usaram uma escala visual analógica (“escala de dor”) para mensurar sua dor antes e depois de 45 minutos do uso do medicamento, sendo que cada paciente foi aleatoriamente selecionado para receber um tipo ou outro de aplicação.

Os alunos da disciplina Bioestatística – SME0871 – analisaram os dados e concluíram, primeiramente, que ambos os tratamentos diminuem a dor dos pacientes (efeito de tratamento significativo), e posteriormente que  os efeitos são estatisticamente iguais. A análise foi baseada em estudos não paramétricos.

O Dr. Massari concluiu que o cloridrato de tramadol deve ser ministrado ao idoso pelo método subcutâneo, trazendo mais rapidez e mais conforto no atendimento inicial com o mesmo custo.

Proponente: Daniel Maricondi Massari, médico ortopedista (residente durante o projeto).

Aprendizes: Adauto da Silva Filho, Andson Nunes da Silva, Áulus Barbosa Lustosa, Caroline Amantea Stella, Evelin Cristina Brassalotto, Fabiel Fernando da Silva, Fabio Fernando da Silva, Felipe Hernandez Bisca, Gabriel Ferreira da Silva, Gabriel Gomes Ferreira, Juliana Shibaki Camargo, Lilian Dellis Andrade Vital, Luisa Hebling, Matheus Toshio Hisatugu, Vitor Correa Yoshida e Weslley Vaz Sarmento, do Bach. em Estatística. E Amélia Moreira, Caroline Rosa Ribeiroo, Daniel M. Lima e Fabiana Arca Cruz Tortorelli, da disciplina Desenvolvimentos de Projetos Industriais, ministrada pelo Prof. Gustavo Buscaglia (2018/1).

Supervisora: Profª. Juliana Cobre

Projeto realizado dentro da disciplina Bioestatística – SME0871

Texto: Juliana Cobre

Imagem: Pixabay