Agrotóxico versus câncer no povoado Colônia Treze

Uso de agrotóxico e incidência de câncer no povoado Colônia Treze

O prof. Dr. Roberto Ribeiro da UFPR, em dezembro de 2017, teve seu projeto selecionado entre vários que foram inscritos numa chamada do NEA. Os alunos da disciplina Bioestatística do Bacharelado em Estatística ICMC/USP através do PBL (Aprendizado Baseado em Problema – Problem Based Learning, em inglês), juntamente com alunos da disciplina Desenvolvimentos de Projetos Industriais I do programa de pós-graduação em Ciências de Computação e Matemática Computacional, analisaram cuidadosamente o conjunto coletados em janeiro de 2018.

O povoado Colônia Treze, situado na zona rural do município de Lagarto, ao sul do estado de Sergipe, possui cerca de 20 mil habitantes, sendo que a maioria de seus trabalhadores se dedica às atividades rurais com o cultivo de fumo e de cítricos, principalmente.

O uso de agrotóxicos preocupa o Prof. Roberto Ribeiro por ver o número de casos de câncer crescer no povoado, e por saber que a população não faz normalmente exames preventivos e que os trabalhadores não usam os equipamentos de proteção adequados, chamados de equipamentos de proteção individual (EPIs), para o manuseio dos agrotóxicos na lavoura.

Para conscientizar a população nada melhor do que mostrar resultados. Foi então que o prof. Roberto reuniu alunos da Escola Estadual Luiz Alves de Oliveira e da Escola Municipal Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro para realizar a coleta de dados, através do preenchimento de um questionários por meio de uma entrevista aos moradores com a doença ou aqueles que já a tiveram. Orientados pela profa. Juliana Cobre, as entrevistas também foram feitas a moradores sem a doença, obtendo então um grupo de casos e um grupo de controles.

A obtenção da amostra não foi totalmente planejada e muitos questionários foram respondidos por parentes ou até conhecidos dos doentes. Somado a isso, os alunos da disciplina Bioestatística concluíram que o grupo dos controles era estatisticamente mais jovem do que o dos casos. Tais fatos comprometeram alguns resultados.

Mesmo assim, as análise mostraram que quem trabalha sem usar os equipamentos adequados tem maior chance de ter câncer comparado a aquele que usa os EPIs. Além disso, como já é sabido, foi provado que o histórico familiar positivo também influencia no aumento da chance de ter a doença. A conclusão da análise incluiu recomendações sobre a próxima coleta de dados também.

Com esse estudo, o prof. Roberto pode passar à população duas informações que podem diminuir os casos mais graves de câncer: Quem tem histórico familiar precisa fazer exames regularmente e quem trabalha com agrotóxico precisa usar os EPIs.

Proponente: Prof. Roberto Ribeiro, nascido e criado no Povoado Treze e professor da UFPR

Aprendizes: Adauto da Silva Filho, Fabiel Fernando da Silva, Fabio Fernando da Silva, Gabriel Ferreira da Silva, Gabriel Gomes Ferreira, Juliana Shibaki Camargo, Lilian Dellis Andrade Vital e Matheus Toshio Hisatugu, do Bach. em Estatística. E Caroline Rosa Ribeiroo e Daniel M. Lima, da disciplina Desenvolvimentos de Projetos Industriais, ministrada pelo Prof. Gustavo Buscaglia (2018/1).

Supervisora: Profª. Juliana Cobre

Projeto realizado dentro da disciplina Bioestatística – SME0871