
Tecnologia que usa matemática para detectar talentos esportivos e foi desenvolvida por pesquisadores do CEPID-CeMEAI foi utilizada com dados das equipes de base do judô que hoje estão nas Olimpíadas de Paris 2024.
O iSports é um software baseado em modelos estatísticos que nasceu para ser uma espécie de “olheiro” esportivo, inicialmente, aplicado no futebol. O programa realiza testes e armazena resultados físicos, gerando gráficos, tabelas e parâmetros que permitem aos profissionais da modalidade analisar os dados e interpretá-los, sendo uma ferramenta de auxílio para verificar o desempenho dos atletas.
“O iSports pode ser usado para identificar, de forma mais objetiva, atletas que têm um desempenho acima da média dentro de um grupo e, assim, descobrir talentos”, explica um dos criadores da ferramenta virtual, Francisco Louzada Neto, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP) de São Carlos e Coordenador de Transferência de Tecnologia do CeMEAI.

O projeto chamou a atenção de lideranças brasileiras esportivas de outras modalidades. Em 2020, nasceu o iSports Judô, com adaptações nas variáveis coletadas para as análises dos atletas.
O interesse partiu do Prof. Leandro Carlos Mazzei, da Faculdade de Ciências Aplicadas/UNICAMP e um dos responsáveis pela aplicação da pesquisa na Confederação Brasileira de Judô. O trabalho teve tanto sucesso que, em 2022, recebeu o prêmio de Esporte Inovação no Congresso Olímpico Brasileiro, com R$ 15 mil e um dos autores ganhou a oportunidade de viver a experiência dos Jogos Olímpicos Paris 2024.
O Prof. Mazzei viajará junto aos embaixadores do COB para a competição. Segundo Mazzei, o iSports contribuiu com a melhoria das informações de desempenho incluindo testes de força, velocidade e resistência: “O CeMEAI adaptou muito bem o software para as necessidades do judô e reuniu uma equipe multidisciplinar de profissionais. Sabemos que a ferramenta tem todas as condições de contribuir com outras modalidades e com a evolução tecnológica do esporte brasileiro”.

Louzada finalizou lembrando que a aplicação do software demonstra a importância do desenvolvimento de produtos acadêmicos voltados à comunidade. “Esses feedbacks também nos dão um estímulo muito grande para continuarmos nossa luta em oferecer inteligência às entidades nacionais que regulam o esporte e que primam por um esporte de qualidade que possa ser mensurado com precisão”, concluiu.
Raquel Vieira – Assessoria de Comunicação do CeMEAI
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