CeMEAI

Palestra: Simulação numérica de escoamento e transporte em stents farmacológicos

27/2/2019

ICMC/USP

Apresentador:

Norberto Mangiavacchi (UERJ)


Resumo:

O infarto agudo do miocárdio e a doença arterial coronariana (DAC) são os principais causadores de mortes em países da América do Sul. A DAC decorre do bloqueio arterial (estenose) em virtude da formação de ateromas (placas de gordura que se instalam nas paredes arteriais) que dificultam o livre escoamento do sangue pelo lúmen arterial. O stent é um dispositivo projetado para funcionar como uma malha, a qual, após se expandir, força a abertura do lúmen arterial ocluso pelas placas de gordura e libera o fluxo sanguíneo. Ao longo dos anos, pesquisadores têm se dedicado ao projeto de uma nova geração de stents que se adapte ao organismo de indivíduos que sofram de problemas do coração, tais como a aterosclerose, estenose arterial, AVC e DAC, sem, no entanto, causar reestenose (recorrência da estenose) ou trombose tardia. O desenvolvimento de stents farmacológicos, que liberam fármacos com o objetivo de controlar a recuperação dos tecidos arteriais e evitam a ocorrência de reestenoses e tromboses, tem sido objeto de grande interesse por pesquisadores e empresas que desenvolvem material cirúrgico.

Pelas suas características, o método de elementos finitos lida com geometrias complexas com facilidade e podem ser utilizados no desenvolvimento de modelos computacionais de stents farmacológicos para simulação do escoamento sangüíneo e transporte de fármacos no lúmen arterial, no revestimento polimérico do stent e na parede arterial. Nesta palestra é apresentada uma metodologia desenvolvida para a simulação do transporte de fármacos no revestimento polimérico do stent, no lúmen e na parede arterial. Os modelos empregados para a dissolução do fármaco no polímero, e ligação em receptores específicos e não específicos na parede arterial são apresentados. O efeito da anisotropia na difusão do fármaco é mostrado, destacando a importância de se modelar de forma apropriada a orientação das fibras do tecido arterial e consequentemente, a anisotropia do tensor difusão nos tecidos da artéria deformados pela inserção do stent.

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