O 8º Workshop de Soluções Matemáticas para Problemas Industriais, organizado pelo Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), com apoio da Sociedade Brasileira de Geofísica (SBGf) e do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) foi realizado entre os dias 7 e 11 de março de 2022 e é um evento que nem sempre termina quando acaba. Ele é também o início de sólidas parcerias entre a academia e indústria, confirmando esse propósito na mais recente edição.
O objetivo do workshop é colocar frente a frente problemas reais das empresas e desafiar alunos e professores, durante uma semana, a desenvolverem técnicas matemáticas que contribuam com as possíveis soluções.
Cinco problemas de quatro empresas participantes foram atacados na oitava edição. Dois deles da empresa MRS Logística que participou pela primeira vez. Uma das necessidades da empresa era priorizar a entrada de locomotivas em oficina. Outro problema tratou de parâmetros de sucateamento. O grupo conseguiu criar sistemas para tomadas de decisões em ambos os casos, incluindo a incorporação de causas de falhas e recebeu elogios de um dos representantes da empresa que acompanhou os trabalhos, Thalisson Travenzoli. “Só tenho a agradecer pelo empenho de todos. Iremos agora discutir com nossos técnicos os próximos passos a serem seguidos para utilização do modelo proposto no workshop”.
O pesquisador do CeMEAI Pedro Augusto Munari Jr, professor na UFSCar/São Carlos, foi um dos coordenadores do problema relacionado ao direcionamento da frota das locomotivas para as oficinas de manutenção disponíveis. Os códigos com os modelos e heurística que poderão ser usados no suporte às decisões foram entregues ao final da semana que ele classificou como inesquecível. “O aprendizado nesse evento é muito grande. Conhecemos problemas que não conhecíamos e que não existem nem na literatura. Quem participa não tem outro motivo a não ser o amor à pesquisa e matemática”, disse.
A Americanas S.A. – que conta com uma plataforma de e-commerce gigante, com mais de 137 milhões de itens à disposição dos clientes – também esteve no workshop interessada em aperfeiçoar sistemas para detecção de possíveis anomalias de preços em sua plataforma. Esse grupo teve um modelo híbrido de participação já que os alunos coordenados pelo professor Krerley Oliveira, da UFAL, trabalharam presencialmente. A ideia da companhia é detalhar as importantes conclusões obtidas no evento e utilizá-las internamente.
Seguindo uma sequência de participação em várias edições, Eletrobras/Cepel segue no workshop com a difícil missão de analisar matematicamente o mecanismo de preços por oferta no mercado de energia elétrica brasileira. “O empenho da equipe é sempre incrível que chegou até novas versões do problema e execuções do modelo. É um trabalho que não para no dia de hoje”, comentou André Diniz, pesquisador e chefe de departamento do Cepel.
E na tentativa de olhar para o desmatamento desenfreado, o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola- Imaflora retornou ao workshop, desta vez, para um trabalho de mapeamento das cadeias de produção de madeira da Amazônia que irá auxiliar na orientação de boas práticas de manejo florestal e no desenvolvimento de informação e inteligência para apoiar o governo em seus esforços de comando e controle da exploração ilegal. Marco Lentini, que é coordenador de projetos da empresa comentou sobre os progressos desta parceria com o CeMEAI. “A ideia é seguir nessa parceria após o workshop novamente. Esse não é um trabalho que termina aqui, pelo contrário, estamos cheios de novas perspectivas para seguir. Gostaria de destacar esse olhar para os dados, uma vez que passamos mais de uma década trabalhando sem informação e agora temos ferramentas para fazer a coisa certa”.
O diretor do CeMEAI, José Alberto Cuminato, é um entusiasta desse modelo de evento já utilizado com sucesso em grandes universidades do exterior. “Sempre encerramos esse workshop mais otimistas do que começamos. São problemas reais e complexos que muitas vezes têm mais de um encaminhamento e motivar os atores a trabalharem nessa interface academia/indústria, é uma realização muito grande. Quando iniciamos, em 2015, havia dificuldade até de participação de empresas pela novidade do modelo, mas agora percebemos o retorno de algumas delas em várias edições com os resultados obtidos, o que nos encoraja por estar no caminho certo”.
Nessa oitava edição, uma das novidades é que o evento foi realizado na plataforma Gather Town e ganhou a aprovação da maioria. “Esse modelo online também é bom porque conseguimos que participantes de várias localidades do país e de fora façam parte. Olhando para os resultados estamos certos de que o papel do CeMEAI está sendo cumprido”, finalizou Cuminato.
Sobre o CeMEAI
O Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), com sede no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP. O CeMEAI é estruturado para promover o uso de ciências matemáticas como um recurso industrial em três áreas básicas: Ciência de Dados, Mecânica de Fluidos Computacional e Otimização e Pesquisa Operacional. Além do ICMC-USP, CCET-UFSCar / IMECC-UNICAMP / IBILCE-UNESP / FCT-UNESP / IAE e IME[1]USP compõem o CeMEAI como instituições associadas.
Raquel Vieira – Comunicação CeMEAI
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