Viver em uma cidade que permita uma boa qualidade de vida para a sua população é um direito de todos. A rede de Inteligência Artificial Recriando Ambientes (IARA) foi criada também para este fim e voltou ao centro dos debates mundiais sobre desenvolvimento de ferramentas que permitam estabelecer diagnósticos sobre o quanto as cidades são inteligentes e sustentáveis ao participar da reunião anual do SG20 da União Internacional de Telecomunicações (UIT), a agência especializada das Nações Unidas (ONU) para tecnologias de informação e comunicação.
O evento ocorreu em Arusha, Tanzânia, no período de 12 a 25 de setembro, e o Brasil, como estado-membro, esteve presente por intermédio de Luísa Paseto, representando a rede IARA e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Luísa é pesquisadora de pós-doutorado do coordenador da rede e diretor do ICMC/USP São Carlos, André CPLF de Carvalho. Ainda na delegação brasileira, participaram do evento Ricarda Carolina Renze e Rodrigo Barbosa de Paula, da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL).
“Participamos da SG20, que é responsável por estudos relacionados com a padronização de requerimentos de tecnologias para o ecossistema de Internet das Coisas, incluindo aplicações para Comunidades e Cidades Inteligentes, Indústria 4.0, Agricultura de precisão, dentre outros”, explicou Luísa.
O estudo de caso brasileiro da plataforma inteli.gente” do MCTI, expandido e adaptado pelos pesquisadores da rede IARA, foi aprovado na reunião como Suplemento ITU-T Y.Sup-SSC-UCE, denominado ITU-T Y Suppl. 78. Segundo a pesquisadora, este suplemento sistematiza a coleta de estudos de cidades inteligentes e sustentáveis brasileiras e do Equador e pode ser aplicado e implementado tanto em países do norte global como do sul global, seguindo a série de recomendações ITU-T Y 4900.
“O Brasil aprovou a plataforma inteli.gente, um framework de diagnósticos na forma de template digital e on-time, para facilitar a coleta de informações e diagnóstico de nível de maturidade em transformação digital e desenvolvimento sustentável para seus 5.570 municípios de forma customizada”.
A pesquisadora explicou ainda que a plataforma inteli.gente, proposta pelo MCTI, vem sendo adaptada e expandida da série ITU-T Y 4900/03/04/06 pelo grupo de pesquisadores do IARA desde 2021 e permite que os municípios brasileiros se reconheçam em oportunidades e desafios para a transformação digital e o desenvolvimento sustentável.
“Desta forma, a plataforma inteli.gente se torna o primeiro sistema de gestão e governança brasileiro disponibilizado, para apoiar os gestores nas tomadas de decisões em políticas públicas, com recomendações e diagnósticos customizados, extraídos de 113 indicadores de desempenho, divididos em 4 grandes temas, economia, sociocultural, meio ambiente e capacidades institucionais. Esta consolidação da plataforma para o Brasil e demais países do sul global, aprovada pelo SG 20 ITU, abre também caminhos para os pesquisadores envolvidos cooperarem com o guia de trabalho ITU-T Y.Sup-Proc-SSC “Procurement guidelines for smart sustainable cities”, apresentado pelo governo da Tanzânia, cuja proposta é prover os formuladores de políticas públicas em relação a implementação de soluções sustentáveis para cidades inteligentes”.
“Além de continuar promovendo a capacitação dos gestores e formuladores brasileiros para governança em transformação digital inclusiva, seguimos abrindo caminhos para dialogar e contribuir com um sistema de gestão mundial provedor de comunidades e cidades inteligentes”, finalizou Luísa.
A plataforma inteli.gente se encontra disponível on-time e on-line no link https://inteligente.mcti.gov.br e esperamos que as cidades a utilize como um sistema de gestão e governança para melhores tomadas de decisões, planejamento e estratégias em cidades inteligentes. Ela conta ainda com 60% de aderência com os indicadores das ISOs 37120,37122 e 37123, além de 100% dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU.
O projeto IARA é apoiado por várias empresas e organizações tais como Cidade dos Lagos, CillaTech, Grupo Splice, Intel, Jacto , Stellantis e o Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI).
Sobre o CeMEAI
O Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), com sede no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP.
O CeMEAI é estruturado para promover o uso de ciências matemáticas como um recurso industrial em três áreas básicas: Ciência de Dados, Mecânica de Fluidos Computacional e Otimização e Pesquisa Operacional.
Além do ICMC-USP, CCET-UFSCar / IMECC-UNICAMP / IBILCE-UNESP / FCT-UNESP / IAE e IME-USP compõem o CeMEAI como instituições associadas.
Raquel Vieira – Comunicação CeMEAI
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Assessoria de Comunicação do CeMEAI: (16) 3373-6609
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