Nos últimos dias 7 e 8 de fevereiro, membros do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CEPID-CeMEAI) participaram de uma reunião com um Comitê Consultivo Internacional formado pelos pesquisadores William Meeker (Iowa State University, EUA), Wil Schilders (Eindhoven University of Technology) e Julio Meneghini (Escola Politécnica da USP).
O encontro, que conta com a participação de pesquisadores e gestores do CeMEAI, é realizado de maneira recorrente e tem por objetivo avaliar as atividades do Centro e propor ideias e caminhos de desenvolvimento e novas ações. Nas edições anteriores (2015, 2017 e 2019), o Comitê já havia apontado melhorias constantes do CeMEAI em suas linhas de atuação. Dessa vez, não foi diferente.
Depois das boas-vindas, o Diretor do CeMEAI, José Alberto Cuminato, destacou os projetos e atividades desenvolvidos pelo Centro, como o próprio Workshop, o Mestrado Profissional em Matemática, Estatística e Computação Aplicadas à Indústria (MECAI), o MBA em Ciências de Dados e também os demais projetos educacionais.
Cuminato enfatizou também os planos para o futuro, destacando projetos como o Center for Artificial Intelligence (C4AI) – um centro de pesquisa para desenvolver a inteligência artificial no Brasil desenvolvido pela USP, o IBM e a Fapesp -, assim como o IARA – Inteligência Artificial Recriando Ambientes. Por fim, o Diretor celebrou os prêmios conquistados recentemente e reforçou a missão e visão que o CeMEAI precisa manter para seguir num caminho de crescimento.
Na sequência, o Coordenador de Transferência de Tecnologia do CeMEAI, Francisco Louzada Neto, reforçou o discurso de José Alberto e enfatizou os workshops, projetos, produtos e as ações de educação corporativa e clínicas tecnológicas do CeMEAI. Louzada trouxe como exemplo o Annelida, projeto com a Petrobras que criou um robô para limpeza de dutos do pré-sal.
Já o Coordenador de Educação e Difusão do CeMEAI, Lúcio Tunes do Santos, reiterou o compromisso do Centro em tornar a matemática mais visível e palpável para os mais diferentes públicos. Ele salientou ações de educação e difusão como os cursos preparatórios para a Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) e para a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Tunes também deu destaque para o Seminário de Coisas Legais, à iniciativa Acta Legalicus e à Liestag, uma iniciativa de palestras que terá início em abril com o tema “Skills of the Future”, além de discorrer brevemente sobre as demais ações de incentivo que aproximam o mundo acadêmico do ensino público brasileiro.
Quem também esteve presente foi a pesquisadora Kalinka Castelo Branco (ICMC-USP), que trouxe as atividades desenvolvidas pelo CeMEAI como o EduSCar, projeto que promove educação de qualidade para mais de 40 mil alunos em sete cidades da região de São Carlos. Kalinka também abordou as atividades de inclusão de gênero na matemática que estão sendo aplicadas, como a iniciativa Meninas Programadoras – voltada para alunas do Ensino Médio – e o Technovation Summerschool for Girls, que aproxima o público feminino de atividades comumente dominadas por homens.
Outro membro do CeMEAI a discursar foi o Gestor de Educação e Difusão do Conhecimento, Gustavo Blengini Faria, que salientou o objetivo de atingir, com as atividades do CeMEAI, o público geral, empresários e cientistas. Gustavo explicou o fluxo de disseminação de projetos e apresentou números de alcance em redes sociais e as repercussões, dentro da mídia, das notícias do Centro. Além disso, trouxe os números do MBA em Ciências de Dados e da plataforma de monitoramento da Covid-19, ModCovid19, apoiada pelo CeMEAI.
Por fim, os pesquisadores José Mario Martínez, André de Carvalho, Tiago Pereira da Silva e Alexandre Delbem apresentaram projetos de destaque do CeMEAI, como o grupo de pesquisa em Conflitos, Riscos e Impactos Associados a Barragens (CRIAB), o Reconnect e um trabalho apoiado pelo Instituto Serrapilheira, além do C4AI e do IARA.
Centro alcançou as metas estabelecidas
Na avaliação do consultor Julio Meneghini, o CeMEAI alcançou as metas estabelecidas no início do projeto. Em sua análise, ele afirmou ainda ter total segurança na sequência da iniciativa de forma independente.
“Fiquei impressionado com as atividades que o CeMEAI fez nos últimos anos. É a primeira vez que eu participo do Comitê e eu vejo que há um potencial enorme para continuarem, já que agora irão entrar num período final da Fapesp. Mesmo assim, não tenho dúvidas que vão conseguir continuar com as atividades que estão sendo feitas. Considerando as ações que foram realizadas nos últimos três anos, com a questão da pandemia, são feitos impressionantes”, disse.
Meneghini fez questão de enaltecer as atividades implementadas para o combate ao coronavírus. “O CeMEAI fez um trabalho excelente em todo o período da pandemia, desenvolvendo os modelos para previsão da questão da Covid, que teve um impacto sem dúvida alguma muito grande, um impacto positivo. Sem falar nas outras áreas, os outros tópicos na área de modelagem matemática que envolvem indústria e que com certeza as empresas no Brasil vão precisar muito da expertise que a equipe do Centro tem”, projetou.
Em comunhão à análise de Meneghini, Wil Schilders afirmou que o Centro evoluiu muito desde sua primeira participação no Comitê, em 2017. “ Na primeira vez que estive aqui, em 2017, realizei algumas recomendações. Desde então, eles começaram a trabalhar e melhorar. Acho que havia algumas coisas a serem melhoradas também na parte de decisões, mas devo dizer que isso não é fácil. Temos experiências semelhantes na Europa e em muitos países, você vê que em todos os lugares os mesmos problemas para realizar a ponte entre a matemática e as indústrias. Não são ações simples, é necessário muitas etapas até que o trabalho seja realmente desenvolvido”, comentou.
Próximos passos
Nesta toada, o pesquisador conta o que ele enxerga para o futuro do CeMEAI. “Acredito que o Centro deverá ser realmente autossuficiente. Sempre digo que a matemática é um contribuinte invisível para um sucesso visível. A matemática é muito valiosa e muitas vezes a vendemos muito barato. A indústria ganha com as soluções dos matemáticos e o Centro deve aproveitar isso”, sugere.
Sobre o CeMEAI
O Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), com sede no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP.
O CeMEAI é estruturado para promover o uso de ciências matemáticas como um recurso industrial em quatro áreas básicas: Otimização Aplicada e Pesquisa Operacional, Mecânica de Fluidos Computacional, Modelagem de Risco, Inteligência Computacional e Engenharia de Software.
Além do ICMC-USP, CCET-UFSCar, IMECC-UNICAMP, IBILCE-UNESP, FCT-UNESP, IAE e IME-USP compõem o CeMEAI como instituições associadas.
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