Em ambientes fechados, risco de contágio sobe para 80% sem uso de máscaras

Pesquisa mostra importância da proteção nas escolas mesmo com população vacinada

Recentes decretos estaduais e municipais desobrigam o uso de máscaras também em ambientes fechados. No entanto, muitos pais e educadores ainda têm dúvidas sobre o uso ou não da proteção. O Grupo de Trabalho ModCovid19 – criado por pesquisadores de grandes universidades brasileiras para sistematizar as ações e pesquisas utilizando modelos matemáticos para simular cenários ligados à pandemia, alerta para um estudo que, entre as principais conclusões, simula a ausência de máscaras em ambientes escolares fechados e com má circulação de ar.

O artigo, publicado em uma das revistas científicas multidisciplinares mais citadas do mundo, foi atualizado em fevereiro desse ano e aponta para um dado alarmante: mesmo com 60% da população vacinada, a ausência de máscaras pode levar a infeção de aproximadamente 40% da população em uma onda de infecção, enquanto que o número de casos cai pela metade com o uso de boas máscaras como mostra a figura abaixo. Aliar o uso máscaras a outros protocolos, como busca e isolamento de casos suspeitos, permitiria manutenção segura das atividades.

Em outra simulação, direcionada para variantes com maior transmissão, como a ômicron, o risco aumenta e a incidência de casos pode chegar a 80% se máscaras e outros protocolos de segurança não forem implementados nas salas de aula.

Conforme a infecciosidade aumenta, a adoração de medidas extras de segurança, como rotatividade de turmas e busca/isolamento de casos suspeitos, torna-se cada vez mais essencial para a continuidade segura de atividades escolares.

 “O estudo deixa clara a necessidade de continuidade de protocolos nas atividades escolares presenciais para manutenção da segurança dos alunos. Ele demonstra a confiabilidade de tais protocolos sob diferentes níveis de cobertura vacinal e ainda comprova a maior eficácia para máscaras de boa qualidade. Devemos lembrar que o mau uso dos equipamentos é semelhante ao não uso dos mesmos”, observa Tiago Pereira, professor do ICMC/USP São Carlos e pesquisador do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI).

“Não existe uma solução única para uma pandemia, mas esse estudo tem a intenção de continuar demonstrando matematicamente que soluções combinadas adequadas que estão diretamente ligadas aos padrões de comportamentos e uso de equipamentos de segurança, potencializam a continuação segura das atividades escolares, independentemente dos índices de cobertura vacinal”.

O artigo é uma colaboração dos pesquisadores Juliano Genari, Guilherme T. Goedert, Sérgio H. A. Lira, Krerley Oliveira, Adriano Barbosa, Thales Vieira, Allysson Lima, José Augusto Silva, Hugo Oliveira, Maurício Maciel, Ismael Ledoino, Lucas Resende, Edmilson Roque dos Santos, Dan Marchesin, Claudio J. Struchiner e Tiago Pereira.

Sobre o CeMEAI

O Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), com sede no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP.

O CeMEAI é estruturado para promover o uso de ciências matemáticas como um recurso industrial em três áreas básicas: Ciência de Dados, Mecânica de Fluidos Computacional e Otimização e Pesquisa Operacional.

Além do ICMC-USP, CCET-UFSCar / IMECC-UNICAMP / IBILCE-UNESP / FCT-UNESP / IAE e IME-USP compõem o CeMEAI como instituições associadas.

Raquel Vieira – Comunicação CeMEAI

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Assessoria de Comunicação do CeMEAI:

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