Plataforma que otimiza estoques de EPIs na pandemia ganha projeção internacional

Plataforma que otimiza estoques de EPIs na pandemia ganha projeção internacional

Depois do sucesso e eficácia da plataforma inédita de gestão de insumos médicos desenvolvida em uma parceria entre a USP de São Carlos e a empresa Bionexo Brasil, a tecnologia ganha projeção internacional e irá auxiliar também a Argentina na pandemia do novo coronavírus.

Por meio de um sistema inteligente de algoritmos, a plataforma que já é utilizada no Brasil, foi reformulada para atender o mercado de saúde da Argentina. Ela mapeia a quantidade necessária de equipamentos de proteção individual (EPIs) e insumos por unidade hospitalar em determinada região, permitindo projetar o consumo futuro e incentivando a solidariedade entre os hospitais, com o objetivo de assegurar que os estoques sejam usados de maneira efetiva em favor da população.

A solução é resultado de uma união de esforços, de pesquisadores dos laboratórios de Estatística e de Otimização (ICMC/USP), Centro de Estudos de Risco (CER), Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI) e da iniciativa privada, por intermédio da empresa de soluções digitais para gestão de processos em saúde, a Bionexo.

“O principal objetivo deste trabalho que utiliza modelos preditivos é acomodar a demanda explosiva e fornecer aos hospitais meios para possíveis realocações de recursos, principalmente os EPIs, que se tornam limitados diante da pandemia que diariamente ainda faz milhares de vítimas no mundo”, explicou Francisco Louzada Neto, Coordenador de Transferência Tecnológica do CeMEAI.

O aluno de doutorado em Estatística do ICMC, Gustavo Sabillón foi um dos responsáveis em adaptar a ferramenta às necessidades do mercado argentino. “Uma grande diferença entre as ferramentas do Brasil e Argentina foram os dados que utilizamos nas modelagens. Na ferramenta da Argentina, a modelagem foi feita com base na quantidade de hospitalizados reportados em cada província. Aqui no Brasil, nos baseamos na quantidade de óbitos reportados em cada cidade. Isso fez com que os processos de previsão dos consumos hospitalares fossem diferentes nos dois países. No entanto, com resultados otimizados para ambos os casos”, disse.

A pesquisadora e professora do ICMC/USP Cibele Maria Russo Novelli observa que o planejamento da cadeia de suprimentos pode trazer bons resultados em diversos sentidos, além de segurança para o ramo hospitalar. “Importante ressaltar, no entanto, que fazer esse planejamento durante a pandemia é um grande desafio dada a incerteza do comportamento da doença em cada região ou cidade. Com a boa aceitação da ferramenta pelos hospitais brasileiros, surgiu a ideia da expansão para a Argentina, visando entender o comportamento da pandemia naquele país e também oferecer aos hospitais uma forma segura de se planejar durante o período, de forma que não faltem EPIs aos hospitais e que também não haja excesso de estoques com materiais caros demais nesse período. Como a ferramenta usa informações da doença específicas da região, a ferramenta do Brasil precisaria ser adaptada para a realidade argentina, o que justificou o novo projeto”, explicou.

A pesquisadora lembrou ainda que os desafios surgiram desde a coleta de dados. “A forma de armazenar e disponibilizar as informações é bastante diferente no Brasil e na Argentina. Além disso, há mudanças nos termos dos materiais utilizados e houve a necessidade de traduzir toda a ferramenta. Já nos protocolos de utilização dos materiais pelos hospitais, houve uma similaridade maior”.

O Country Manager da Bionexo Argentina, o brasileiro Luiz Reis falou sobre sua expectativa de benefícios aportados ao sistema de saúde argentino. “Estamos trazendo uma plataforma capaz de realizar a gestão inteligente dos suprimentos médicos, com eficácia já comprovada no Brasil. O objetivo é disponibilizar a todos os hospitais do país uma solução capaz de orientar seus processos de compras, garantindo uma melhor assistência a toda a população argentina.”

O estudo mostra as melhores maneiras dos hospitais se planejarem e evitarem o excesso ou a falta de estoque, baseando-se na pesquisa inédita realizada pelo CeMEAI e Bionexo, voltada a esse cenário de pandemia.

O projeto na Argentina contou com a colaboração de Oilson Alberto Gonzatto Jr, doutorando em Estatística ICMC/USP e UFSCar, Gustavo Alexis Sabillón, doutorando em Estatística ICMC/USP e UFSCar, Caio Tomazella, doutorando em Ciências da Computação e Matemática Computacional ICMC-USP, Francisco Louzada Neto, Cibele Maria Russo Novelli e Maristela Oliveira dos Santos do SME/ICMC/USP, Luiz Reis Country Manager Bionexo Argentina, Dario Galdamez Gerente de Operaciones, Hector Yapura, Tecnología e María Asunción Fragni, Analytics

Sobre a Bionexo

A Bionexo é uma empresa de tecnologia que oferece soluções digitais para gestão de processos na saúde.

Através de soluções digitais de alta performance, promove a automação de processos, aumentando a visibilidade e transparência da informação para uma tomada de decisão mais rápida e inteligente.

Fundada em 2000, a Bionexo conhece a complexidade que envolve o negócio da saúde, o que a torna a maior referência na construção de soluções digitais em nuvem para saúde, contribuindo decisivamente para a profissionalização do setor.

Sobre o CeMEAI

O Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), com sede no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP.

O CeMEAI é estruturado para promover o uso de ciências matemáticas como um recurso industrial em três áreas básicas: Ciência de Dados, Mecânica de Fluidos Computacional e Otimização e Pesquisa Operacional.

Além do ICMC-USP, CCET-UFSCar / IMECC-UNICAMP / IBILCE-UNESP / FCT-UNESP / IAE e IME-USP compõem o CeMEAI como instituições associadas.

Raquel Vieira – Comunicação CeMEAI

Mais informações

Assessoria de Comunicação do CeMEAI: (16) 3373-6609

E-mail: contatocemeai@icmc.usp.br