Há dez anos, a ideia inicial era desenvolver e oferecer, no futuro, um sistema completo de monitoramento antienchente como software livre e gratuito para municípios brasileiros. Hoje, a tecnologia batizada e-Noé, já alerta os moradores de áreas em risco em tempo real.
Rio Branco, capital do Acre, poderá ser o próximo município beneficiado por esse sistema que tem coordenação do cientista da computação Jó Ueyama, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP de São Carlos, pesquisador do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI). A pesquisa conta com o apoio da FAPESP e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).
Uma reunião para estabelecer a possível parceria com a capital acreana foi realizada em São Paulo com pesquisadores do projeto, prefeito Sebastião Bocalom Rodrigues, secretários municipais, representantes e Luiz Henrique Catalani, coordenador da Agência USP de Inovação.
Segundo Jó, um dos princípios do projeto sempre foi ampliar o número de cidades que podem se beneficiar com essa tecnologia que ele descreve como acessível, ágil e barata para prever e avisar em tempo real sobre o risco de alagamentos. Além de São Carlos, onde o protótipo foi testado e o sistema implantado com sucesso, o e-Noé já monitora também a cidade de Rio do Sul, em Santa Catarina, com coordenação da Defesa Civil.
“O diferencial desse sistema é também o custo do kit com sensores, de fácil montagem e orçado em média em R$ 1,4 mil cada: R$ 400 o valor de cada protótipo e mais R$ 1 mil a instalação. Cada conjunto é formado por dois sensores analógicos, com funções específicas. O primeiro mede a pressão do corpo d’água, para informar secas e enchentes. O segundo analisa a turbidez aquática, um indicativo de poluição”, explicou o pesquisador.
“Ficamos contentes com o interesse do prefeito de Rio Branco que nos procurou e estamos analisando a viabilidade da transferência do software do detector de enchentes por intermédio da AUSPIN”, disse Jó.
Nas redes sociais e canais da prefeitura, o prefeito reiterou precisar muito da tecnologia para monitorar os rios que, segundo ele, quase todos os anos castigam a cidade, prejudicando inúmeras famílias. “Desde o ano passado, estamos fazendo tratativas com o Dr. Jó nesse sentido, queremos importar para Rio Branco essa tecnologia já implantada em outros municípios para que também consigamos diminuir as dificuldades que temos com as enchentes”, enfatizou.
Sobre o CeMEAI
O Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), com sede no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP. O CeMEAI é estruturado para promover o uso de ciências matemáticas como um recurso industrial em três áreas básicas: Ciência de Dados, Mecânica de Fluidos Computacional e Otimização e Pesquisa Operacional. Além do ICMC-USP, CCET-UFSCar / IMECC-UNICAMP / IBILCE-UNESP / FCT-UNESP / IAE e IME-USP compõem o CeMEAI como instituições associadas.
Raquel Vieira – Comunicação CeMEAI
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