CeMEAI

Trabalho de pesquisador do CeMEAI é aliado no combate do zumbido no ouvido

Software quer facilitar o diagnóstico e o tratamento do distúrbio que atinge milhões de brasileiros

Você já teve aquela sensação de estar com a audição comprometida? Geralmente, ela se manifesta depois de ouvirmos música alta por várias horas durante um evento, ou depois de usarmos fones de ouvido em volume elevado por muito tempo. É o popularmente conhecido “zumbido no ouvido”, que pode causar graves danos ao organismo e que, em algumas pessoas, torna-se constante. Às vezes, o zumbido se manifesta como um chiado ou um ruído semelhante ao de uma abelha voando, um apito ou até o barulho de uma panela de pressão em funcionamento. 

Dados da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido, a APIDIZ, mostram que mais de 28 milhões de brasileiros convivem com o problema. No mundo, segundo a Associação Americana de Zumbido, 20% da população apresenta o distúrbio. 

Uma pesquisa de doutorado desenvolvida na USP em São Carlos, com o apoio do CEPID-CeMEAI, promete ajudar a melhorar tanto o diagnóstico como o tratamento do zumbido no ouvido. Ela é coordenada pelo professor Alexandre Delbem, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP, em colaboração com a professora Tanit Ganz Sanches, supervisora da parte clínica da pesquisa no Instituto Ganz-Sanches.

O aluno que desenvolve o software é o iraniano Iman Ghodrati Toostani. Ele conta que, quando estava no Irã, teve contato direto com muitas pessoas portadoras do problema e acompanhou o sofrimento delas. Precisava ajudar de alguma forma, e resolveu desenvolver um software para melhorar a detecção para também facilitar o tratamento do problema. “Eu poderia estudar a misofonia, que é a aversão ao som, ou as alucinações, ou até mesmo a depressão. Mas eu não quis. Estudei o zumbido por sete anos no Irã”, explica Iman. “O principal desafio é analisar o som com os estímulos elétricos, porque a minha intenção é conseguir entender como funciona a rede toda do cérebro, não apenas uma região. E se eu conseguir concluir essa etapa, eu consigo tratar não só o zumbido no ouvido mas outras doenças psiquiátricas”, acrescenta o estudante.

No mestrado, Iman criou o software, que está sendo aprimorado no doutorado. O projeto é uma parceria Brasil-Irã, entre o Conselho de Ciências Cognitivas e Tecnológicas iraniano e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP. O trabalho conta com dados reais fornecidos por hospitais e abrange cerca de 3 mil pacientes. O título da pesquisa é “Validação de modelo neurofuncional do zumbido via estimulação transcraniana por corrente contínua de alta definição e avaliação por ressonância magnética funcional com eletroencefalograma de repouso”.

 

Sobre o CeMEAI

O Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), com sede no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP. O CeMEAI é especialmente adaptado e estruturado para promover o uso de ciências matemáticas (em particular matemática aplicada, estatística e ciência da computação) como um recurso industrial.

As atividades do Centro são realizadas dentro de um ambiente interdisciplinar, enfatizando-se a transferência de tecnologia e a educação e difusão do conhecimento para as aplicações industriais e governamentais. As atividades são desenvolvidas nas áreas de Otimização Aplicada e Pesquisa Operacional, Mecânica de Fluidos Computacional, Avaliação de Risco, Inteligência Computacional e Engenharia de Software.  

Além do ICMC, o CEPID-CeMEAI conta com outras cinco instituições associadas: o Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade Federal de São Carlos (CCET-UFSCar); o Instituto de Matemática Estatística e Computação Científica da Universidade Estadual de Campinas (IMECC-UNICAMP); o Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista (IBILCE-UNESP); a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (FCT-UNESP); o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE); e o Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP).

 

Texto: Carla Monte Rey – Assessoria CEPID-CeMEAI

Fotos: João Terezani

 

Mais informações 

Assessoria de Comunicação do CeMEAI: (16) 3373-6609

E-mail: contatocemeai@icmc.usp.br

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