MBA do CeMEAI/ICMC-USP prepara profissionais de diversas áreas para liderar decisões baseadas em evidências
Em um cenário no qual praticamente todas as decisões estratégicas dependem de dados, os gestores precisam abandonar o “achismo” e assumir de vez uma cultura orientada por evidências. É nesse ponto que a Ciência de Dados deixa de ser um diferencial e passa a ser um requisito para empresas públicas e privadas que desejam atuar com eficiência, precisão e capacidade real de inovação.
Para o professor Luis Gustavo Nonato, vice-coordenador do MBA em Ciências de Dados do CeMEAI/ICMC-USP, essa transformação é irreversível. “Hoje, não existe mais a possibilidade de otimizar processos sem dados. O que antes dependia exclusivamente da experiência individual, agora é realizado com análises sofisticadas e modelos capazes de prever cenários, reduzir custos e ampliar o impacto das decisões”, explica o professor do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação (ICMC), da USP, em São Carlos e pesquisador do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI).
Se antes construtoras, redes de varejo ou gestores públicos se apoiavam em pesquisas manuais, impressões pessoais ou histórico limitado, agora contam com bases de dados que revelam padrões antes difíceis de prever. O docente do MBA explica, por exemplo, que a decisão sobre onde abrir um supermercado ou construir um prédio envolve cruzar dados populacionais, renda, faixa etária, padrão de consumo e características urbanísticas.“Ninguém mais constrói no achismo. É possível estimar desde o tamanho ideal dos apartamentos até o perfil de consumo da região”, afirma.
Segundo Nonato, essa análise permite reduzir insumos, manter qualidade e prever gargalos produtivos. “Com dados devidamente organizados, conseguimos modelar o processo e encontrar a melhor configuração possível. Isso resulta em economia direta”.
Já em secretarias municipais, órgãos de fiscalização e Tribunais de Contas, a análise de dados revela o perfil de risco e padrões que indicam maior probabilidade de irregularidades.
Essa mudança tem pressionado o mercado por profissionais capazes de transformar bases complexas em insights acionáveis. Mas, ao mesmo tempo, evidenciam dois grandes desafios:
- Curadoria e organização dos dados: Muitos órgãos e empresas já acumulam enormes volumes de informações, mas não de forma estruturada. “Os dados até existem, mas não foram tratados com o respeito que merecem. Falta organização, padronização e mecanismos de acesso”, avalia.
- Carência de mão de obra qualificada: O mercado financeiro, por exemplo, absorve rapidamente profissionais com formação técnica. “O número de pessoas qualificadas está muito aquém da demanda. É difícil contratar e os salários estão inflacionados. Esse é um gargalo real”.
MBA pioneiro e com foco em quem realmente precisa entender dados
O MBA em Ciências de Dados do CeMEAI/ICMC-USP é reconhecido no país por seu caráter profundamente técnico e por ensinar, de fato, a trabalhar com dados, extrair conhecimento deles e construir modelos. Com isso, o curso tem atraído profissionais das áreas mais diversas: advogados, economistas, jornalistas, engenheiros, analistas de tribunais de contas, promotores, servidores públicos e especialistas de grandes empresas. “Essa diversidade mostra que a Ciência de Dados hoje é transversal. Todos precisam dela”, reforça Nonato.
Apesar do rigor técnico, o MBA recebe, e forma, pessoas sem experiência prévia em programação ou matemática avançada. Um exemplo é uma aluna de 62 anos que atua no Tribunal de Contas do estado de São Paulo.
“Ela não tinha nenhum conhecimento em programação, mas mesmo assim, está conseguindo acompanhar o MBA. Isso demonstra que a estrutura do curso permite que qualquer pessoa motivada aprenda”, destaca.
O percurso formativo é organizado para desenvolver competências em três pilares:
- Matemática aplicada (estatística, métodos numéricos);
- Computação (programação, bancos de dados, engenharia de software);
- Inteligência artificial (modelos de machine learning, técnicas avançadas).
Outra marca registrada do MBA é o incentivo para que o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) seja desenvolvido a partir de problemas reais da organização onde o aluno trabalha, o que tem gerado impacto significativo.
“Já tive aluno que resolveu um problema dentro de uma grande empresa e conseguiu reduzir custos em 30%. Estamos falando de milhões de reais”, afirma Nonato.
Esse é o tipo de experiência que transforma carreiras, e faz com que alunos assumam posições estratégicas logo após (ou até antes) da conclusão do MBA.
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As inscrições para a 7ª turma estão abertas. Saiba mais em: cemeai.icmc.usp.br/MBA/ciencias-de-dados-usp-abre-inscricoes-para-mba-pioneiro-no-brasil.
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